Todas as Mulheres do Mundo

By Gabriella Lopes - 18:46



A mulher é um ser incrível.

Não digo isso pelo fato de eu ser mulher, mas essa é a verdade mais inegável do mundo. Guerreira, independente, dona de si e cidadã do mundo, a mulher é tudo isso e muito mais.

Porém com suas asas constantemente cortadas por uma sociedade que acha que sabe qual é o verdadeiro lugar de um ser tão incrível, não se sabe qual é o verdadeiro potencial e poder de uma mulher.

A sociedade machista em que vivemos machuca, cala, adultiza, agride, estupra, empobrece, abomina e apedreja para ter controle de mulheres e meninas, porque sabe que, se estas dominarem o mundo, a empatia e a liberdade serão leis irrevogáveis.

Eloá Pimentel, Mércia Nakashima, Nívia Araújo, Luana dos Reis, Ione da Silva, Araceli Crespo, Marília Rodrigues, Amanda Bueno, Janaína Mitiko e Eliza Samudio são algumas, das muitas mulheres que deixaram de viver por causa do machismo. Por possessão, por paranóia, por ciúme e por descumprimento de obrigações. Seus assassinos? Estão por aí, soltos por bom comportamento ou por um abeas corpus, de consciência limpa e leve, de volta à sociedade, ganhando mais que qualquer mulher.

Somos milhões. Somos Helenas, Genis, Dianas, Marias, Madalenas e Joanas. Guerreiras, visionárias, determinadas, porém com rachaduras causadas pelo preconceito, pelo pré-conceito, pelo desamor, pela misoginia.

Somos mais que estética e moda. Mais do que uma roupa de grife, do que aquele par de sapatos caríssimo, do que uma bolsa Chanel ou Balenciaga. Mais do que jóias caras, somos jóias raras, cada uma com sua beleza e diferença, cada uma com seu brilho próprio.

Nenhum padrão de beleza poderá definir nossa essência. Nenhuma mídia me fará ter uma baixa auto-estima desnecessária, afinal eu sou a minha própria beleza e padrões não fazem de mim quem eu sou.
Eu sou a Deusa, a Louca, a Feiticeira, a Mulher Maravilha, a Irmã, a Mãe, a Filha, a Tia. A Capitã Marvel, a Hilda Furacão, a Dercy Gonçalves, a Luiza Brunet. Eu sou quem eu quiser e ouso dizer mais: sou a famosa "nasty woman" nos conceitos de Donald Trump e sou, também, uma das milhões de netas das bruxas que vocês ousaram um dia queimar.

Sou bela e da rua, do lar, do trabalho, do mundo, de onde eu quiser. Porém sou tantas mulheres ao mesmo tempo que não posso ser só recatada ou simplesmente uma vadia qualquer - eu sou uma metamorfose ambulante, uma mulher de fases, e ninguém, em hipótese alguma, vai tirar isso de mim.

Porque eu me recuso veementemente a ser oprimida por quem acha que pode me controlar. Porque eu me recuso a não ser todas as mulheres do mundo.

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